O Centro de Apoio à 3ª Idade do Laranjeiro, inaugurado em Setembro de 2000, foi um projecto ambicioso, restringido em parte pela contenção dos custos, mas que cumpriu integralmente o programa exigente da Segurança Social para este tipo de equipamentos. Um pequeno lote com uma área livre e vista sobre Almada e o Tejo transformou-se num espaço de esperança e lazer, num direito justo de uma geração que na maioria dos casos não se consegue adaptar ao bulício das cidades. De um ponto de vista formal, o edifício é composto por dois volumes independentes, um vermelho e outro azul, praticamente como se fossem dois edifícios justapostos, em que um é a zona dos quartos, o outro a zona de dia privilegia as áreas sociais como o refeitório e sala de convívio.
Exteriormente as opções cromáticas exaltam com o vermelho a energia necessária para o convívio diurno e a azul, a zona do retiro, mais contida, mais calma, onde os vãos das janelas são regulares. Mas também é verdade que a lição da arquitectura moderna foi determinante, na evocação expressiva entre duas cores primárias, muito neoplasticista. Recorda as pinturas de Piet Mondrain e arquitecturas de Gerrit Rietveld, é o caminho para o purismo, com uma forte tensão entre volumes.
Este destaque cromático exterior esconde um interior completamente diferente, com cores regradas por normas de higiene e segurança, neutras e assépticas. Uma simplicidade que tem continuidade na escolha dos materiais. Nas áreas privadas recorreu-se a madeiras comuns, como o mogno, nos corredores e áreas sociais surgem pavimentos antiderrapantes à base de ABS, que permitem segurança e higiene, regularizando o espaço para uma caminhada confortável.
Larangeiro, Almada
2001
Nuno Ladeiro / Rafael Azriel
Arquitetura