Entrevista com Nuno Ladeiro
Há 20 anos à frente da NL Arquitetura e Design, o renomado arquiteto Nuno Ladeiro teve sua trajetória iniciada em 1993, quando se licenciou arquiteto na Universidade Lusíada.
Desde então, ele não parou mais. Iniciou sua carreira no ateliê do Arquiteto Troufa Real, foi coordenador do projeto da zona sul da Expo 98, concluiu o mestrado em Design Industrial na Itália e hoje é uma referência na arquitetura e no design portugueses.
Leia a entrevista que ele concedeu e conheça uma pouco mais da trajetória profissional e da visão de Nuno Ladeiro:
O que a arquitetura significa na sua vida?
Uma reflexão constante sobre tudo aquilo que observo. Desde uma simples cadeira até ao espaço da cidade.
Qual foi a primeira vez em que percebeu que queria ser um arquiteto?
Quando comecei a acompanhar de perto o trabalho dos meus pais. Não são arquitetos mas desempenharam um papel fundamental no Design em Portugal.
Quando e como foi a sua primeira experiência como arquiteto?
Ainda estava no 1º ano da universidade e já trabalhava na realização de espaços comerciais para venda de objetos de design na empresa dos meus pais sob orientação da minha irmã que é arquiteta de interiores.
O que é que te faz mais feliz na tua carreira?
Visitar cidades pelo mundo, observar a arquitetura e o design internacional e depois claro, ver os meus trabalhos concretizados.
O que gostarias de fazer que ainda não fizeste como arquiteto?
Ainda existem muitos projetos por realizar mas a minha ambição, é pensar sempre o pequeno objeto e o espaço arquitetónico, independentemente da função a que se destinam. É sempre bom ter novos desafios e nunca estar a repetir o mesmo. Quando desenho uma nova tipologia de cadeira, gosto sempre de desenhar outra tipologia diferente e o mesmo acontece com a arquitetura. Nunca faço um projeto igual.
Qual foi o maior desafio que já viveste na tua carreira?
Foi logo no início quando tive a responsabilidade de coordenar o projeto da zona sul da Expo 98 e nunca mais voltei a ter uma experiência semelhante. Projetávamos um espaço arquitetónico ou uma via pública de manhã e à tarde, já estava em construção. Primeiro projetava-se, depois construía-se e só no final se fazia o enquadramento legal. Hoje é exatamente o contrário. Só no Design é que temos esta velocidade de execução. Projetamos um objeto, realizamos o prototipo e depois de fabricado tem de ir imediatamente para os pontos de venda. Hoje na arquitetura são 2 ou 3 anos e por vezes mais para estar pronta a obra.
E qual foi a maior conquista como arquiteto?
Ver a profissão reconhecida ao fim de 20 anos.
Consegues imaginar-te a fazer outra coisa?
Se considerar a arquitetura não apenas a criação de espaços arquitetónicos como edifícios sim, pois a arquitetura é muito vasta e até pode estar associada à comida. O trabalho de um arquiteto é muito vasto e existem muitas variantes que podem ser exploradas.
Como é que o teu trabalho pode contribuir para um mundo melhor?
Ao melhorar as nossas cidades tornando-as mais belas, funcionais e ecológicas. Proporcionar conforto visual e físico, criando objetos que nos facilitem a vida e que ao mesmo tempo sejam amigos do ambiente e esteticamente agradáveis.
O que dirias a um arquiteto que está a começar agora?
Que não se especialize e olhe para a arquiteetura como uma vasta área onde existe uma preparação base, que depois se deve adaptar ás necessidades do mercado.