A Cortiça Está na Moda!

Casas de Coro, Marialva

 

A Cortiça é um material de origem vegetal da casca dos sobreiros e a primeira extração da cortiça ocorre, normalmente, quando a árvore atinge entre 25 a 30 anos e é retirada nos meses de Junho a Agosto. A cortiça denominada amadia é que tem melhor qualidade, sendo por isso a mais valorizada, e a única que pode ser utilizada para o fabrico de rolhas. A partir desta fase, a cortiça é extraída a cada nove anos. A cortiça é uma matéria-prima nobre cuja utilização se estende a variadas utilizações. Do desperdício casca a partir do qual se fazem as rolhas, cria-se um granulado que permite outras aplicações, nomeadamente na arquitectura.

Casas de Coro, Marialva

 

Portugal, com uma área de 730 mil hectares de montado de sobro, é responsável por 50% da produção mundial de cortiça. Outros produtores são Espanha, sul da França, sul da Itália, mais recentemente Marrocos, Argélia, Tunísia.

Casas de Coro, Marialva

 

O desenvolvimento tecnológico e a aplicação de novas técnicas, levaram à integração de algumas operações de transformação da cortiça e hoje em dia, de acordo com alguns dos maiores transformadores de cortiça, por exemplo o Grupo Amorim “ Portugal é líder incontestável do sector da cortiça: na produção, na transformação, na investigação e desenvolvimento e na inovação. O sector da cortiça representa já cerca de 3% das exportações portuguesas. A rolha de cortiça é o produto mais representativo desta indústria, responsável por 70% destas exportações. No entanto, a sua aplicação vai ao encontro de sectores muito diversificados, como a indústria espacial, automóvel, construção civil e confeção”(1). Empresas de prestígio internacional como a NASA, Boeing, Ford, Moët & Chandon e Rolls Royce são alguns exemplos de organizações que utilizam produtos fabricados com cortiça. De acordo com a mesma fonte, a cortiça já foi comparada pela revista The Economist aos diamantes de África e aos campos de petróleo do Médio Oriente, com a mais-valia, em relação a estes, dos seus recursos serem verdadeiramente renováveis e não poluentes.

Associação empresarial de Paços de Ferreira

 

No campo da arquitectura e do design, a cortiça está na moda e um pouco por todo o mundo, os arquitetos e designers têm vindo interessar-se por este material natural para criar formas arquitetônicas ousadas e objetos de tentação, com aplicações bastante diferenciadas.

Terminal de cruzeiro, Lisboa

 

O novo terminal de cruzeiros de Lisboa, da autoria do arquiteto português Carrilho da Graça, foi construído também com uma estrutura de betão e cortiça. A junção de betão e cortiça quase branco foi usado nas fachadas do novo terminal, cujo projeto teve em consideração o peso do betão convencional. Esta versão é oito vezes mais leve do que o betão normal. Esta é uma utilização inteligente deste material que para além das suas propriedades naturais é uma excecional matéria-prima.

(1)- Fonte: Corticeira Amorim