História da Arquitetura
A industrialização e o desenvolvimento do betão armado nos EUA associados aos Silos foram determinantes na modernização dos EUA numa primeira fase e da Europa numa segunda.
Atualmente existe uma atenção especial pelos edifícios industriais que têm motivado a sua reabilitação, com especial destaque para a mais recente recuperação de um Silo industrial, que estava abandonado na Cidade de Cape Town na África do Sul é que atualmente é um hotel de luxo.
Quando abordamos o tema da economia e da arte nos EUA, é quase obrigatório falar de indústria e modernidade. A indústria do betão armado transformou edifícios em objetos de produção. Este sistema construtivo, orientou os edifícios para questões estritamente ligadas à sua performance enquanto objeto de construção.
As fábricas em geral e os silos em particular, foram pensados enquanto edifícios funcionais e surgiram do ponto de vista do projeto, num contexto que não é exclusivo da indústria. Representam em si, mais do que o resultado de um processo de industrialização, a ideia de modernidade que caracterizou a América do Norte.
A arquitetura do betão armado, na qual se incluem os Silos para armazenamento de cereais, constituiu uma mais-valia para o pensamento dos arquitetos do movimento moderno. Os Silos encerram em si um processo de industrialização, desde a estandardização e uniformidade, ao realismo material e moral, ao progressismo social, à gestão sistemática e científica de toda a operação industrializada, ao novo gosto que o funcionalismo representou, e também a flexibilidade dessas mesmas estruturas.
A modulação da superfície e do volume associada a uma operação industrial e suas atividades específicas demonstrou aos arquitetos do Movimento Moderno a plena verdade da construção enquanto meio de representação dessas mesmas atividades. O betão armado assumiu assim o standard de desenho e da construção moderna. Os autores que conceberam estas estruturas entenderam a importância da flexibilidade, do crescimento e da
adaptabilidade, assim como a funcionalidade da sua economia e racionalidade. Estas noções foram fundamentais para os manifestos modernistas das vanguardas artísticas europeias, na introdução de conceitos de formalização dos modelos de conceção, tanto na arquitetura como das artes em geral.
A cidade de Buffalo nos Estados Unidos da América desempenhou um papel determinante nas primeiras décadas do século passado, entanto associada à industrialização e aos Silos em particular. Não existe nenhum outro lugar do mundo onde tivessem sido construídos tantos Silos como em Buffalo. A maioria destas estruturas que tiveram o apogeu quando a América foi o “ celeiro do mundo”, estão hoje completamente abandonadas.
Mas o interesse por estes edifícios majestosas, muitos deles atualmente também abandonados noutros lugares do mundo, estão a despertar o interesse, principalmente em cidades que procuram converter edifícios industriais atribuindo-lhes outros usos. Para isso tem sido fundamental compreender e valorizar, em vez de demolir e apagar a memória coletiva. Foi o que aconteceu a um silo de armazenamento de cereais que é agora um dos hotéis mais luxuosos da África do Sul. Fica na Cidade do Cabo e tem suítes cujas diárias chegam a 6 mil euros. O edifício foi construído em 1920, chegou a ser o mais alto de África com os seus 58 metros. A reabilitação foi da responsabilidade do arquiteto Thomas Heatherwick e demorou 3 anos a estar concluído.
Os andares inferiores são destinados ao Museu de Arte Contemporânea da África do Sul. Os seis andares superiores foram transformados em luxuosas suites com uma extraordinária vista sobre a cidade. O último piso alberga um bar- restaurante exclusivo acessível só para alguns.
Um símbolo da era industrial e do proletariado transformou-se num novo símbolo de poder e exuberância.