Uma fachada renovada, com a introdução de elementos decorativos como leds, mantendo-se o desenho das janelas, substituindo-as apenas por novos caixilhos em PVC. As cores escolhidas foram o cinzento mais escuro nas pedras em volta dos vãos e um cinza claro na restante fachada. Recuperaram-se os azulejos originais exteriores e destacaram-se os contornos da fachada através dos leds. Foi no interior, que se procederam às maiores alterações, com a introdução de materiais decorativos que enriqueceram o espaço, tornando-o mais acolhedor e funcional.
O Boutique Hotel tem apenas 119 quartos, distribuídos por 8 pisos, sendo o último em mansarda, que proporcionou quartos com muito encanto e charme. Foram utilizados na reabilitação das alvenarias tijolos de leca, no sentido de tornar a estrutura mais leve e evitar assim o reforço das lajes existentes. O reforço dessas estruturas foi feito com vigas aligeiradas. Sob a betonilha dos pisos foi utilizado um material isolante acústico e térmico especial para esse tipo de uso. Na cobertura, sob as telhas totalmente substituídas, foi utilizada chapa com propriedades impermeabilizantes, além de isolantes acústicos e térmicos.
O maior desafio foi a descoberta das peculiaridades do edifício e do estado em que este se encontrava. Por se tratar de uma edificação com estrutura de madeira e alvenarias em pedra, procuram-se soluções tecnológicas que respeitassem o existente mas que dessem também o conforto necessário adequado à atividade de hotelaria. “Os principais materiais utilizados na decoração do hotel foram a madeira wengue, e os papéis de parede com cores dominantes como o “dourado velho” e o preto. Nos pavimentos das áreas comuns de recepção, restaurante, bar e casas de banho foram utilizadas cerâmicas com acabamento metalizado e nas paredes papéis dourados e acobreados. O mobiliário nessas áreas também em Wengue e os estofados coloridos, deram uma forte identidade ao espaço. A iluminação proporcionou um ambiente acolhedor e, de certa forma, intimista. Nos corredores dos quartos o pavimento em alcatifa e as paredes com papel imitar a madeira proporcionaram ambientes diferenciados e identitários da marca Astória. A sinalética foi igualmente importante na numeração dos quartos, executada em acrílico com cores metalizadas, nomeadamente o cobre e prata. O interior dos quartos, ficou em alcatifa castanha e as paredes, com papéis de diferenciados na cabeceira das camas.
Rua Bramcaamp, Lisboa
2001
Nuno Lagartinho
Nuno Ladeiro / Claudia Campos
Arquitetura, Reabilitação